Desde a primeira seqüência até o segundo final, o espectador fica literalmente fascinado pelo encadeamento frenético de imagens em Akira. Como se misteriosa droga alucinasse não só seus personagens, mas cada cinéfilo transposto para o núcleo da ação. Tudo começa em mais uma das violentas noites da Neo-Tóquio de 2019, trinta anos após o término da Terceira Guerra Mundial.
O cenário, terrivelmente sombrio, evoca uma era pós-apocalíptica. O medo, o fanatismo, o caos, a corrupção política, o terrorismo, estão sempre presentes. Gangues de motoqueiros combatem em becos escuros. Esta cidade dominada pela ambição, ganância e jogos de poder, parece caminhar, inexoravelmente, para novo e predestinado abismo. O pesadelo está prestes a começar.
Em típica atmosfera shakesperiana, a luta pelo poder absoluto, supremo, caminha lado a lado com a disseminação de poderes extra-sensoriais. Os psíquicos encontram-se sob estudo e controle do Estado e da Ciência, que definitivamente não detêm o mesmo objetivo. Os paranormais são detectados logo cedo, seqüestrados, catalogados como projetos experimentais, numerados e mantidos sob observação. Os principais são a sensitiva e profetisa Kiyoko, o psicocinesista Takashi e Masaru, que possui a terceira visão.
Todos os personagens criados por Katsuhiro Otomo – autor e diretor da história – são detalhadamente elaborados e desenvolvidos. Não existem heróis e vilões, ou caracteres centrais. Kaneda e Tetsuo são membros de uma violenta gangue e estudantes da Escola Técnica. O primeiro, tímido e complexado; o outro, líder do grupo e egocêntrico. Key, exceção aos tipos femininos criados por Otomo, é corajosa e sensível terrorista. O Coronel Shikishima, membro da Defesa Aérea, é um dos únicos a conhecer o terrível segredo de Akira. Cada um deles é peça-chave desta história carregada de símbolos de destruição-reconstrução do Universo.
Akira é um projeto coletivo, fruto da colaboração entre a arte e a mais sofisticada tecnologia. Alia profundo humanismo à pesquisa de recursos tecnológicos inovadores. Seu trabalho de animação imbui-se tanto do esforço artesanal de Otomo na elaboração do ‘storyboard’, quanto das mais complexas e recentes técnicas de computação e de fotografia das células desenhadas. Mizutani, o diretor de arte, tem liberdade total para o uso de cores não convencionais, trabalhando muito com o verde e o vermelho.
Aliás, o número de cores usadas ao longo do filme é impressionante – 327! Em alguns momentos é fácil esquecer que se trata de animação, tamanho o senso de realidade que nos transmitem a cidade e seus habitantes – extremamente animados de vida! Paralelamente à estética visual, contribuem – para criar desde os momentos de harmonia até os do mais apocalíptico pesadelo – a indescritível trilha de efeitos sonoros e a música do Geinoh Yamashirogumi.
Não se sabe, ao longo do filme, qual a verdadeira intenção de Otomo ao criar o universo de Akira. Mostrar um mundo futuro e fictício, porém possível, ou o presente, já impregnado de germens da destruição, o qual caminha, inconsciente, movido por cega ambição, para uma nova era de trevas. Mas, segundo Otomo, os seres ainda podem deter a corrente do tempo e escolher entre vários destinos.
O cenário, terrivelmente sombrio, evoca uma era pós-apocalíptica. O medo, o fanatismo, o caos, a corrupção política, o terrorismo, estão sempre presentes. Gangues de motoqueiros combatem em becos escuros. Esta cidade dominada pela ambição, ganância e jogos de poder, parece caminhar, inexoravelmente, para novo e predestinado abismo. O pesadelo está prestes a começar.
Em típica atmosfera shakesperiana, a luta pelo poder absoluto, supremo, caminha lado a lado com a disseminação de poderes extra-sensoriais. Os psíquicos encontram-se sob estudo e controle do Estado e da Ciência, que definitivamente não detêm o mesmo objetivo. Os paranormais são detectados logo cedo, seqüestrados, catalogados como projetos experimentais, numerados e mantidos sob observação. Os principais são a sensitiva e profetisa Kiyoko, o psicocinesista Takashi e Masaru, que possui a terceira visão.
Todos os personagens criados por Katsuhiro Otomo – autor e diretor da história – são detalhadamente elaborados e desenvolvidos. Não existem heróis e vilões, ou caracteres centrais. Kaneda e Tetsuo são membros de uma violenta gangue e estudantes da Escola Técnica. O primeiro, tímido e complexado; o outro, líder do grupo e egocêntrico. Key, exceção aos tipos femininos criados por Otomo, é corajosa e sensível terrorista. O Coronel Shikishima, membro da Defesa Aérea, é um dos únicos a conhecer o terrível segredo de Akira. Cada um deles é peça-chave desta história carregada de símbolos de destruição-reconstrução do Universo.
Akira é um projeto coletivo, fruto da colaboração entre a arte e a mais sofisticada tecnologia. Alia profundo humanismo à pesquisa de recursos tecnológicos inovadores. Seu trabalho de animação imbui-se tanto do esforço artesanal de Otomo na elaboração do ‘storyboard’, quanto das mais complexas e recentes técnicas de computação e de fotografia das células desenhadas. Mizutani, o diretor de arte, tem liberdade total para o uso de cores não convencionais, trabalhando muito com o verde e o vermelho.
Aliás, o número de cores usadas ao longo do filme é impressionante – 327! Em alguns momentos é fácil esquecer que se trata de animação, tamanho o senso de realidade que nos transmitem a cidade e seus habitantes – extremamente animados de vida! Paralelamente à estética visual, contribuem – para criar desde os momentos de harmonia até os do mais apocalíptico pesadelo – a indescritível trilha de efeitos sonoros e a música do Geinoh Yamashirogumi.
Não se sabe, ao longo do filme, qual a verdadeira intenção de Otomo ao criar o universo de Akira. Mostrar um mundo futuro e fictício, porém possível, ou o presente, já impregnado de germens da destruição, o qual caminha, inconsciente, movido por cega ambição, para uma nova era de trevas. Mas, segundo Otomo, os seres ainda podem deter a corrente do tempo e escolher entre vários destinos.